O ano de 2019 tem se mostrado promissor para o mercado offshore. Em março, o primeiro trimestre fechou com o anúncio de dois grandes leilões programados para outubro e novembro: a 16a rodada e o 6o leilão do pré-sal, respectivamente. Já em junho, o segundo trimestre caminha para seu fim, com a marca de uma das maiores altas no valor do petróleo até o momento.
Cenário internacional favorável
No mês de abril de 2019 o valor do petróleo atingiu seu maior índice em 5 meses, devido a cortes da OPEP, sanções dos EUA e impasses com a Líbia. No início do mês de junho o valor fechou em alta novamente, após ser noticiada uma redução na quantidade de poços ativos nos Estados Unidos. Segundo a companhia Baker Hughes, com uma queda em 11 unidades, chegou-se a 789 poços ativos de petróleo de xisto nos Estados Unidos.
Produção nacional crescente
O Brasil é hoje o 9º país com maior capacidade de produção de petróleo no mundo e sua produção é crescente. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção média de petróleo cresceu em abril, pelo segundo mês seguido.
No quarto mês de 2019, a produção de petróleo foi de 2,604 milhões de barris por dia (bbl/d), um aumento de 1,7% em relação a março e de 0,3% se comparado com abril de 2018.
O crescimento da produção de gás natural não ficou atrás, alcançando 113 milhões m³/d, o que representa alta de 1,3% na comparação com março e de 3,8% em relação a abril de 2018.
Somadas, as produções de petróleo e de gás no Brasil totalizaram 3,314 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d).
Rio de Janeiro e Macaé no foco dos investimentos de óleo e gás
A Indústria do Petróleo é responsável por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Rio de Janeiro. Grande parte dos investimentos nesse setor estão concentrados no estado.
O encontro da Associação Brasileira das Empresas de Serviços do Petróleo (Abespetro), realizado em maio de 2019 em Macaé, reuniu grandes operadoras offshore para discutir estratégias visando ampliar a capacidade de produção nas reservas situadas na Bacia de Campos e a retomada das operações do setor de óleo e gás em Macaé.
Na ocasião da reunião, o secretário executivo da Abespetro, Gilson Coelho, apontou que nos próximos sete anos, cerca de R$ 285 bilhões serão investidos no Estado do Rio para elevar ainda mais a produção das reservas. O investimento poderá gerar até 700 mil empregos no período:
“A indústria está preparada para reativar as operações de óleo e gás, através dos investimentos previstos pelas operadoras. Além dos leilões da ANP, a estratégia de revitalização dos campos maduros amplia a oferta de petróleo para produção, o que eleva a participação do Brasil no mercado mundial de óleo e gás”, explicou Gilson.
Macaé se mantém no topo do ranking das cidades que mais arrecadam com os repasses mensais dos royalties desse mercado. Superando a oscilação dos preços entre março e abril, em maio o município contou com a entrada da parcela de R$ 51,3 milhões, a mais alta registrada neste ano e recebeu cerca de R$ 687 milhões referente à cota da Participação Especial do petróleo.
Até maio de 2019, Macaé alcançou receitas do petróleo que somam mais de R$ 50 milhões, dinheiro que permite ao governo investir em infraestrutura e serviços públicos visando colocar o município entre os mais cotados do mercado Offshore Brasileiro.
O investimento em infraestrutura para atrair oportunidades foi um dos aspectos destacados na reunião da Abespetro por Gilson Coelho: “Macaé já está respirando esses novos ares. E a cidade possui estrutura para atender essa dinâmica do petróleo, como a melhoria no sistema de mobilidade através da construção da Estrada de Santa Tereza, a ampliação do Aeroporto e a instalação do novo porto. Estamos caminhando para um novo momento”.
Nessa fase de retomada do crescimento, o mercado offshore oferece oportunidades únicas de negócios e as empresas que quiserem se aproveitar esse momento devem adotar uma postura flexível e estar próximas dos centros de decisões.