Conhecida como a capital do petróleo, Macaé tem se destacado positivamente nos últimos tempos pelo crescimento do número de empreendedores no município.
O empreendedorismo no Brasil
Nos últimos anos, devido a crise econômica que se instalou no país, o chamado empreendedorismo por necessidade deu um salto em comparação a épocas onde a economia estava estável e em crescimento. Desde 2014, uma parcela considerável da população tirou o sonho do papel e investiu em um negócio próprio, grande parte motivados pela falta de ofertas de trabalho e das demissões em massa. Estima-se que atualmente existam cerca de 62 mil empreendedores e 6 mil startups no país. O número é mais do que o dobro registrado em 2012, quando o país ainda começava a discutir o modelo e a perceber o nascimento desse novo mercado.
A grande maioria das novas empresas que surgiram são microempreendedores individuais (MEI), ou Micro Empresas (ME). Segundo dados do Serasa, das 955,3 mil empresas abertas entre janeiro e maio de 2017, 79,2% eram MEIs. Uma diferença expressiva em comparação com 2013, quando essa parcela ficava em 42%.
Ao se tornar MEI, o profissional mantém sua contribuição com o INSS e ainda tem acesso a linhas de crédito para empresas, que em geral têm condições especiais para a categoria oferecendo juros e taxas mais baixos. Além disso, a maioria dos MEIs fornece serviços que não precisam de um alto investimento inicial, dependendo apenas da mão de obra do próprio empreendedor.
O empreendedorismo em Macaé
Segundo dados da Casa do Empreendedor em Macaé - espaço que presta auxílio nos trâmites de abertura de empresas e obtenção de licenças municipais de funcionamento - o município contava com mais de 12 mil microempreendedores individuais até o fim de 2017. A instituição registra cerca de 100 novos CNPJs (MEIs) por mês, o que comprova o crescimento de forma positiva e gradual ao longo dos últimos anos.
Esse aumento no número de empreendedores se deve principalmente a diminuição das atividades associadas à exploração de petróleo no cenário mundial, com reflexo visível no mercado brasileiro e em especial em Macaé, gerando, assim, uma migração desse segmento em busca de novas alternativas de trabalho e renda, ou seja, o empreendedorismo por necessidade citado anteriormente. Além do cenário econômico, um dos fatores influenciadores desse crescimento está ligado à adequação do município no que prevê a Lei Complementar 123/2016, do Governo Federal, que estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte.
Em Macaé, o número de atendimento aos microempreendedores individuais, realizado pela Casa do Empreendedor, cresceu 41% em janeiro de 2018, em comparação com o mesmo período do ano passado. Através da Casa do Empreendedor, todo processo é agilizado e a formalização é feita em até uma semana. No município, negócios ligados a área de alimentação estão como os primeiros da lista, seguido por estética, vestuário e serviços gerais.
Além da Casa do Empreendedor que facilita a abertura e formalização de novos negócios, a cidade também tem investido nesse novo mercado através de programas realizados pela Prefeitura em parceria com o Governo Federal, como o Projeto Inova Jovem. Essa iniciativa consiste em um curso gratuito de empreendedorismo com duração de uma semana, onde o aluno monta um plano de negócios com total viabilidade técnica e financeira, baseada em sua realidade e necessidade. Além dos participantes aprenderem a alavancar seu negócio, utilizando recursos humanos e definição de preços do seu produto/serviço. O objetivo é criar oportunidades de inclusão social e de autonomia para os jovens de Macaé.